Manuel Clemente assume-se como um "aprendiz do ofício" de cardeal

O patriarca de Lisboa disse hoje no Vaticano, onde amanhã vai ser investido como cardeal, que seria "importante" uma maior valorização da língua portuguesa nos trabalhos das grandes reuniões de cardeais e da Santa Sé.
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Em relação ao consistório deste sábado, em que vai ser investido como cardeal, o patriarca de Lisboa confessou hoje, no Vaticano, que é um dia "muito importante" e apresentou-se como um "aprendiz do ofício" de cardeal, uma "grande responsabilidade", por exigir um trabalho mais próximo do Papa.

Manuel Clemente disse ainda que seria "importante" uma maior valorização da língua portuguesa nos trabalhos das grandes reuniões de cardeais e da Santa Sé.

"Seria bem importante, porque o português tem uma expressão grande na vida da Igreja", salientou aos jornalistas Manuel Clemente, à saída de um encontro de trabalho que reuniu 164 cardeais e futuros cardeais com o Papa Francisco.

Após realçar que "ainda não se fala português como língua oficial" nestes encontros e noutros similares, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que a língua permite uma aproximação entre os vários cardeais lusófonos, que vão passar a ser 13 a partir de domingo, sete dos quais com direito a voto num eventual conclave.

Manuel Clemente confessa que a língua materna "ajuda muito" nos encontros entre prelados de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde, os países de língua portuguesa com representação no novo Colégio Cardinalício da Igreja Católica.

"Quando falamos em português há muitas coisas que vêm ao de cima e que têm a ver com o nosso património comum", acrescentou o patriarca de Lisboa, que vai ser criado cardeal este sábado pelo Papa Francisco.

Em relação aos dois dias de trabalho sobre a reforma dos organismos centrais de governo da Igreja Católica, o futuro cardeal-patriarca falou num caminho de "simplificação", que visa "evitar duplicações" e "conjugar trabalhos".

Manuel Clemente admitiu que a prevista centralização dos setores da família e do laicado católico, para além das instituições mais ligadas "ao social, à caridade", possa dar um maior protagonismo a católicos que não são membros do clero ou religiosos, incluindo mulheres.

"É natural que o seu papel seja reforçado, leigos ou leigas, como aliás já funciona nalguns serviços da Cúria Romana", precisou, alertando que há "muito caminho para andar" até à conclusão da renovação destes organismos.

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